sexta-feira, 21 de agosto de 2015

OS VEZES E OS REVEZES DO IDEAL EUROPEU - 014. EUROPA DO FUTURO 'VERSUS' EUROPEU DO RENASCIMENTO

OS VEZES E OS REVEZES DO IDEAL EUROPEU - 014. EUROPA DO FUTURO 'VERSUS' EUROPEU DO RENASCIMENTO

Muito interessante, esta associação de Jean Monnet, entre o ideal europeu que criou a CECA e o ideal
europeu do homem do Renascimento, a que tanta ênfase se dá nos programas de História da educação pública dos jovens!...
Max Kohnstamm, holandês, tinha 38 anos quando se tornou o primeiro secretário da CECA. Era, no dizer de Jean Monnet, um «jovem diplomata ... que tinha essa capacidade de compreender os franceses, os alemães e os ingleses, para além dos seus compatriotas, nas suas próprias línguas e estava familiarizado com a literatura e a imprensa desses países».
«Eram necessárias qualidades verdadeiramente excepcionais para interpretar e para dar forma às ideias e à vontade de um colégio constituído por nove homens vindos de seis países e falando quatro línguas - sem contar com as outras clivagens ligadas ao carácter e à cultura. Nunca esperara que conseguíssemos confiar a um único indivíduo esse papel, que antecipava verdadeiramente a Europa do futuro, ou que, melhor, lembrava o Europeu do Renascimento. (...) Os mal-entendidos a que estávamos sujeitos devido ao desconhecimento mútuo dos nossos costumes não o afectavam, pelo que constituiu a ligação preciosa entre nós de que precisávamos. Todos apreciavam a sua grande abertura de espírito e a riqueza da sua vida moral.» (Memórias, Ulisseia, 2004 (1976), p. 379)
«Il fallait des qualités vraiment exceptionnelles pour interpréter et mettre en forme la pensée et la volonté d'un collège constitué de neuf hommes venant de six pays et parlant quatre langues – sans compter les autres clivages tenant au caractère et à la culture. Je n'avais jamais espéré que nous pourrions confier à un seul individu ce rôle qui préfigurait réellement l'Européen de demain, ou qui, mieux encore peut-être, rappelait l'Européen de la Renaissance. Kohnstamm avait cette capacité de comprendre dans leur langue les Français, les Allemands, les Anglais, en plus de ses compatriotes, et il était familier de leur littérature, de leur presse. Les malentendus auxquels nous étions exposés par la méconnaissance de nos coutumes respectives n'avaient pas de prise sur lui, et il fut le lien précieux dont nous avions besoin entre nous. Chacun estimait sa grande ouverture d'esprit et la richesse de sa vie morale.»

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