domingo, 15 de dezembro de 2013

Luto por Mandela

Da minha janela. Nascer do sol, 15dez13.
Imagino que a mensagem que escrevi já tem mensageiro.
Sei qual foi o momento exato em que comecei a fazer o luto por Mandela: foi ontem à noite quando acabou o filme "O Longo Caminho para a Liberdade". Depois do tradicional THE END, que, no mínimo, pavlovianamente surge na nossa cabeça, apareceram as longas listas das informações da produção do filme. Em fundo, passavam fotografias de Mandela.
Assim que apareceram, senti um choque; tentei vencê-lo, mas a reação de choque manteve-se. Só nessa altura tomei consciência de uma vida que definitivamente deixara de respirar; de uma história de vida que, em si mesma, não teria mais capítulos.
A partir de agora serão construções ou reconstruções; fantasiamentos glorificadores ou progressivas denúncias desvalorizadoras.
É preciso não esquecermos o amor e o ódio que houve na vida de Mandela; a raiva e a tolerância, a alegria e a tristeza, a solidão e o companheirismo, a lealdade e o individualismo; o pecado e o arrependimento...
Ele sofreu. Sofreu muito! Muito mais sofreram tantos por quem ele lutou e que lutaram por ele, sofreram por ódio humano, de alguns que quiseram deliberadamente, raivosamente, subjugar tantos outros! Violência e exploração prepetradas por quem começou por chegar a uma terra que não era a sua e considerou os indígenas e as culturas dessas terras como "coisas" a vencer, dominar e moldar cegamente, em razão de interesses absolutamente egoístas.
A guerra em Angola, Guiné Bissau e Moçambique, que me roubou o meu pai durante tantos anos, obrigou-me a olhar e viver muitos anos da vida de Mandela como se as notícias que dela me traziam fizessem parte da minha vida.
A seguir, foi a coincidência feliz - mas que feliz coincidência mesmo! - de ser convidado a visitar a África do Sul como Embaixador da Boa Vontade precisamente no ano em que Mandela recebeu o Prémio Nobel da Paz. Dormi no Soweto e visitei um congresso de líderes sul-africnos nas Montanhas do Drakensberg...
Que a morte de Mandela nos alerte para a vida de outros que continuam a lutar, a viver o sofrimento da luta que também foi a dela; e que por ideais de Justiça e Respeito por todos os seres humanos continuam a morrer, às vezes tão desgraçadamente, tão ignoradamente por todos nós.
É, claramente comecei ontem um luto que espero que me ajude a continuar a evoluir pessoalmente como Mandela nos mostrou e, no fundo, propos, que todos evoluamos.
Ele foi um dia uma criança feliz, sonhadora, entusiasta. Todas as crianças são naturalmente assim, se as deixarmos ter as condições que precisam para isso. É, a verdadeira aposta de todoas as sociedades tem de ser a sábia educação de todas as crianças.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Diga à gente, diga à gente, como vai este país... 02

A lei das sementes é pior do que uma invasão francesa de Napoleão.

Do Miguel Esteves Cardoso, um alerta já feito há muitos anos pelo PPM de Ribeiro Telles que previu o que tarde ou cedo chegaria. Este processo era inevitável e o Directório presidido por Gonçalo Ribeiro Telles bastas vezes advertiu a incipiente opinião pública nacional, sempre mais interessada a dar ouvidos e o voto às forças políticas que nos trouxeram à presente situação.

Façam o favor de DIVULGAR, partilhem o aviso do MEC.

"No PÚBLICO.pt de ontem dá-se conta de uma reportagem da LUSA sobre o protesto dos pequenos produtores da aldeia transmontana de Duas Igrejas contra a nova lei das sementes que está quase a ser aprovada pelo Parlamento Europeu.

Falam por todas as sementes, todas as hortas, todos os agricultores e, sobretudo, pela economia e cultura portuguesas. A lei das sementes - que proíbe, regulamentando, a milenária troca de sementes entre produtores - é pior do que uma invasão francesa de Napoleão.

É uma invasão fascista que quer queimar a terra para preparar a incursão das agro-corporações multinacionais (como a gigantesca e sinistra Monsanto) que virão patentear as sementes que são nossas há que séculos, obrigando-nos depois a pagar-lhes direitos de autor, só por serem legalisticamente mais espertos. Pense-se em cada semente como uma palavra da língua portuguesa. Na nova lei colonialista das sementes é como obrigar os portugueses a sofrer a chatice e a despesa de registar tudo o que dizem, burocratizando cada conversa.

Atenção: é o pior ataque à nossa cultura e economia desde que todos nascemos. Querem empobrecer-nos e tornar-nos ainda mais pobres do que somos, roubando-nos as nossas poucas riquezas para podermos passar a ter de comprá-las a empresas multinacionais que se apoderaram delas, legalmente mas sem qualquer mérito, desculpa ou escrutínio.

Revoltemo-nos. Já. Faltam poucos dias antes de ser ter tarde de mais. É para sempre. Acorde."

Diga à gente, diga à gente, como vai este país... 01

Infarmed encontra em armazém dois medicamentos em falta nas farmácias

Medicamentos escondidos?... À espera de tempos para melhores preços?... À custa da saúde de quem precisa dos medicamentos?...

O Infarmed inspecionou ontem o armazém de uma empresa responsável por dois medicamentos em falta nas farmácias há duas semanas e verificou que existiam embalagens para suprir as necessidades dos utentes, tendo instaurado um processo de contraordenação.

Em comunicado enviado para a agência Lusa, o Infarmed disse que, nas últimas duas semanas, recebeu várias reclamações de utentes e farmacêuticos queixando-se da indisponibilidade de dois medicamentos: o Varfine (com propriedades anticoagulantes e essencialmente utilizado na prevenção do tromboembolismo e tromboses) e o Artane (um adjuvante no tratamento de todas as formas de parkinsonismo).

O Infarmed contactou a empresa responsável pela distribuição daqueles medicamentos no mercado nacional, tendo sido informado que a situação estaria resolvida na passada segunda-feira.

No entanto, os problemas no abastecimento mantiveram-se e o Infarmed decidiu realizar hoje uma ação de inspeção junto do armazém da empresa, onde encontrou "embalagens suficientes para suprir as atuais necessidades dos utentes", lê-se no comunicado.

O instituto que regula o mercado dos medicamentos acabou por notificar a empresa "a iniciar de imediato" o fornecimento daqueles produtos, sendo por isso expectável que "comecem gradualmente a chegar às farmácias embalagens destes produtos e que se retorne à situação de regular abastecimento no mercado nos próximos dias".

O Infarmed decidiu ainda instaurar um processo de contraordenação social por violação da obrigação de notificação da rutura de 'stock' e convocar com caráter de urgência a empresa para prestar esclarecimentos sobre o sucedido.

O instituto convocou também com caráter de urgência a empresa que é titular de autorização de introdução no mercado destes dois medicamentos para prestar esclarecimentos sobre o sucedido.