sábado, 26 de setembro de 2009

Absurdos de hoje - 2: Alerta Fome

Esta notícia agora transcrevo-a da Visão, edição de 24 de Setembro, na página 90:

Alerta Fome, uma receita para o desastre
Mata mais que a sida, a malária e a tuberculose juntas. E, pela primeira vez [o sublinhado é meu; quer dizer, a fome está a aumentar, não é?] , atinge um em cada seis habitantes do planeta.
A notícia é tão triste que transcrevo apenas o seguinte:
A cada seis segundos, morre uma criança, devido à fome.
E agora a lista dos países onde o drama é maior, apenas para que conste. Não! É para que não se ignore mesmo! E procure-se saber o que fazem os governantes do mundo com esses países; e o que os próprios governantes desses países fazem (estou, por exemplo, a lembrar-me do que Francisco Louça tem dito sobre os negócios dos governantes portugueses com os governantes angolanos):
  1. Índia
  2. China
  3. República Democrática do Congo
  4. Bangladesh
  5. Indonésia
  6. Paquistão
  7. Etiópia (nestes países, do 1 ao 7, concentram-se 65% das pessoas com fome no Mundo)
  8. Moçambique
  9. Zimbabué
  10. Angola
  11. Zâmbia
  12. Chade
  13. Ruanda
  14. Madagáscar
  15. Tanzânia [quase me arrependo da minha subida ao Quilimanjaro; passei ao lado disto, encantado que fiquei com gente tão afável, educada e sorridente]
  16. Burundi
  17. Eritreia
  18. República Centro Africana
  19. Libéria
  20. Serra Leoa
  21. Togo
  22. Haiti
Sugestão: marquem-se estes países num mapa-mundo; que desenho dará?...

Absurdos de hoje - 1: na Lua

Sem comentários, pura transcrição:

COMPRAR PARCELAS DA LUA É UM INVESTIMENTO APETECÍVEL
O sector imobiliário afunda-se por toda a parte... excepto na Lua. O preço do terreno lunar não cessa de aumentar, diz o jornalista russo Valeri Chumakov, ele próprio detentor de uma parcela lunar. Os 700 hectares que comprou por 18,63 euros em 1997, valem hoje 155 mil, assegura o cronista do jornal ARGUMENTY I FAKTY, num artigo sobre o autoproclamado proprietário do astro, Dennis Hope. Segundo o Tratado de Exploração do Espaço da ONU, ratificado em 1967, nenhum Estado pode reivindicar a propriedade da Lua. Mas não há menção à propriedade privada, assegura Hope, que, em 1980, informou por correio os EUA, a União Soviética e a ONU das suas pretensões territoriais. À falta de resposta, o americano declarou-se proprietário dos planetas do Sistema Solar - excepto a Terra - e começou a vender parcelas extraterrestres. Até à data, garante a sua empresa, a Luna Embassy, conta já 3,4 molhões de compradores, incluindo "dois antigos presidentes dos EUA, seis famílias reais e 453 celebridades, entre os quais George Lucas, Harrison Ford e Clint Eastwood". Qualquer comprador torna-se automaticamente cidadão da Lua, diz o "Presidente plenipotenciário da face visível do astro". Mas "pode-se recusar esta cidadania".
(no Courrier Internacional, edição de Outubro 2009, nº 164, página 110)

Pronto, afinal comento:
Se não fosse a notícia que vou transcrever a seguir, eu ria-me desta, deste americanos loucos, sempre mais espertos do que os outros, sempre donos do mundo. Era mesmo capaz de pensar que era uma notícia do Dia das Mentiras.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Abaixo as famílias, é?...

É uma espécie de carta aberta:

Ó xô dôtôr Eduardo Sá, espero que a frase que a Visão publica na edição de 10 de Setembro de 2009, na página 108; e que a revista apresenta como sua, até a presenta na forma de citação,
pois espero que a frase assim ali reproduzida esteja "descontextualizada", espero mesmo que esteja muito bem "descontextualizada" (já viu como eu também consigo dizer palavas destas!...).
Ao que parece, o xô dôtôr fez brotar do alto da sua cátedra e da sua reflexão sapientíssima a afirmação (e passo agora eu a citar a citação), ao jornal I: "As famílias tradicionais estão, felizmente, à beira da extinção".
É claro que a gente não deve perguntar pela sua família, pois claro, é invadir o espaço que pertence à privacidade de cada um, pois é... desculpe-me até ter deixado passar isso no meu pensamento, até por que já o vimos uma vez almoçando num restaurante ali bem pertinho da cidade universitária do Mondego com uma companhia tal que, quem os visse - como foi o meu caso - poderia pensar: "Olha que lindo!... O pai, a mãe ao lado do pai, dum lado da mesa, e os fihos à volta deles."
Pois... pois é... a nossa família, na "esfera" da privacidade legítima. Pois... a nossa... mas as famílias dos outros, a gente pode dizer o que quiser. É porque não invadimos a tal esfera, não é?...
Imagine-me a ver o que digo que vi nesse tal restaurante depois de ler o que li já ontem na Visão. Imagine-me a comentar assim para o lado para a pessoa que comigo também ali almoçava: Olha, ali está o que parece ser uma família tradicional. Está em extinção. E sabes que mais - diria eu ainda para a minha companhia - felizmente que está em extinção!..."
É que o senhor sabe que a família está em extinção; e sabe também que ainda bem que está em extinção!
Peço-lhe um favor, quando um dia falar sobre gente que tem jeito para dizer coisas estúpidas e que faz gala em dizê-las fora da esfera, diga-me, eu vou logo ler! Até pode ser que leia lá qualquer coisa sobre mim que me faça bem. Obrigado!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Jovens e saudáveis

Estava para não escrever nada sobre isto, mas a insistência nos nosso telejornais não acaba. Insistem nisto há dois ou três dias.
Conforme as conveniências jornalísticas, tanto um indivíduo com 16 ou 18 anos é um "homem", como - como é agora o caso - um indivíduo de 29 anos é insistentemente jovem.
E mais!... É saudável, pesa 120 quilos.
Páro. Ninguém percebe se eu estou embotado, ou se estou a pensar.
120 quilos é saudável?... Bom, o rapaz pode ter 2 metros de altura... Está bem, não insisto.
Mas 29 anos... jovem?... Bem, penso que o cartão jovem ainda continua a ir até aos 30 anos... Se calhar foi isso, viram-lhe o cartão jovem!...
Pois é, não há dúvida nenhuma: quem tem 29 anos é jovem e quem tem 120 quilos é saudável.
Bendita televisão que nos ensina estas coisas! E todos os dias!...