domingo, 11 de agosto de 2013

Helmut Kohl queria mandar embora 1,5 milhões de turcos - Globo - DN

O que este artigo jornalistíco mostra muito especialmente é que:
  1. A Europa vem desde há décadas enredando-se, na avidez do seu desenvolvimento material e predador, em processos e dinâmicas socias que se tornaram caixas de Pandora e puseram a Europa à mercê das dinâmica dos grandes fluxos humanos, no fundo, como sempre aconteceram desde que o homem é homem. Os especialistas e os "sábios" da sofisticada e desenvolvida Europa confrontam-se com a sua própria ridicularização.
  2. Mais uma vez, se comprova o que a sabedoria popular diz há muito: "Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades". É nesta escalada, reciprocamente vingativa, que os imbecis, malévolos e interesseiros políticos e os senhores do dinheiro e das leis portugueses entraram também, ao que parece, sem conseguirem agora travar a marcha.

Helmut Kohl , antigo chanceler alemão

Fotografia © Thomas Peter - Reuters
Os planos do antigo chanceler alemão Helmut Kohl de fazer regressar ao seu país de origem metade dos turcos na Alemanha, foram agora revelados por uma série documentos que foram desclassificados pelos britânicos.
"Muitos turcos sentem-se marginalizados e com razão", disse ao jornal "Süddeustche Zeitung" Peter Kohl, filho do antigo chanceler e casado desde 2001 com a filha de um empresário turco, Elif Sözen.
O filho mais novo do ex-chanceler alemão (1982-1998) referiu-se a uma conversa mantida entre o seu pai, quatro semanas depois de chegar ao poder, com a primeira-ministra britânica na altura, Margareth Thatcher.
Nesta conversa, Kohl referiu o seu propósito de enviar para casa metade dos turcos que havia, na altura, na Alemanha -- cerca de 1,5 milhões -- por considerar que não era possível assimilar um alto número de imigrantes deste país na sociedade alemã.
O conteúdo desta conversa ficou registado nos protocolos dos serviços secretos britânicos, agora desclassificados, e que foram revelados há alguns dias pelo semanário "Der Spiegel".
O escritório de Kohl confirmou a veracidade do planeamento e argumentou que esta ideia fazia parte "da política externa da altura".
Peter Kohl recordou que a lei instituída para "favorecer" o retorno da imigração aos seus países foi dirigida especificamente aos turcos.
Helmut Kohl explicou a Margareth Thatcher que para a Alemanha não era um problema a chegada de portugueses e italianos, mas sim dos turcos, "por serem provenientes de uma cultura distinta".
Um ano depois do encontro com a líder britânica, Kohl aprovou a lei (em 1983) para impulsionar o retorno dos imigrantes, oferecendo 10,5 mil marcos -- 5,2 mil euros -- e a restituição de contribuições para a reforma.
As relações entre Kohl e os seus filhos, Peter e Walter, estão interrompidas desde o casamento do patriarca (em 2008), de 83 anos, com a sua atual esposa, Maike Richter, 34 anos mais jovem que o político, a quem os filhos acusam de manipular o seu pai
Helmut Kohl queria mandar embora 1,5 milhões de turcos - Globo - DN

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